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Por que as crianças precisam de conteúdo emocional para o presente, e não só para o futuro profissional

Saiba por que conteúdos socioemocionais não devem focar apenas em preparar crianças para o mercado de trabalho, mas também em cuidar de suas emoções e relações no presente.


A tendência atual: preparar para o futuro

Nos últimos anos, cresce a produção de conteúdos socioemocionais em escolas e plataformas educacionais. Porém, muitos desses materiais são voltados principalmente para o desenvolvimento de competências profissionais, como liderança, resiliência e resolução de problemas, sempre com foco no futuro.

Embora essas habilidades sejam importantes, surge uma questão essencial: quem está cuidando do presente emocional das crianças?


O que falta nos conteúdos atuais

Grande parte dos materiais ignora o fato de que a criança de hoje já enfrenta:

  • Ansiedade em relação a provas e desempenho escolar;

  • Dificuldade de socialização em sala de aula;

  • Baixa autoestima e insegurança;

  • Conflitos familiares que afetam a vida escolar.

Quando o conteúdo socioemocional foca apenas em “preparar para o mercado de trabalho”, perde-se a oportunidade de oferecer recursos concretos para lidar com emoções cotidianas.


Por que cuidar do presente é essencial

Segundo a BNCC (Base Nacional Comum Curricular, 2017), o desenvolvimento integral da criança envolve aspectos cognitivos, sociais e emocionais. Isso significa que não basta projetar competências para o futuro: é preciso apoiar a criança agora, em sua vida real e imediata.

Além disso, teóricos como Vygotsky ressaltam que o desenvolvimento acontece no aqui e agora, nas interações sociais e emocionais do presente. Ou seja, não existe futuro saudável sem um presente bem cuidado.



O impacto de um olhar presente no socioemocional

Quando a criança aprende a reconhecer, nomear e lidar com suas emoções no dia a dia, desenvolve:

  • Autoconfiança, que se reflete no aprendizado;

  • Capacidade de convivência, fortalecendo vínculos sociais;

  • Bem-estar emocional, que reduz ansiedade e insegurança;

  • Maior motivação para aprender, já que se sente acolhida e compreendida.

Esses ganhos são imediatos, mas também criam a base para qualquer competência futura.


Conclusão

Preparar crianças apenas para o futuro é um equívoco. O verdadeiro papel da educação socioemocional é valorizar o presente da infância, oferecendo ferramentas para que elas se sintam seguras, confiantes e acolhidas agora. É dessa base sólida que nascerão adultos capazes de atuar com equilíbrio e propósito no mercado de trabalho — e, principalmente, na vida.


Referências

  • BNCC – Base Nacional Comum Curricular (2017).

  • Vygotsky, L. S. (1991). A formação social da mente.

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